DESCUBRAO CAMINHO DE SANTIAGO NA ATUALIDADE

PABLITO SANZ ZUDAIRE

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homem idoso de cabelos e barba brancos

Pablito Sanz Zudaire é descrito no povoado de Ázqueta, como “El hombre que se ha hecho famoso por dar palos”.

Pablito de las Varas – como também ficou conhecido – foi um dos pioneiros na peregrinação em bicicleta. Em 1966, ele fez seu primeiro Caminho de Santiago em apenas seis dias. Esta experiência fez dele um eterno peregrino.

Encravado no vale de Santesteban de la Solana (Navarra) – próximo à emblemática cidade de Estella e do mítico mosteiro de Irache – o povoado de Ázqueta é cortado pelo Caminho Francês e dista aproximadamente 654 km de Santiago de Compostela.

muro pintado com a palavra azqueta e edifícios antigos ao fundo

 

concha DESCUBRA ESTELLA – LIZARRA

 

Com uma população de apenas 60 habitantes, o local tornou-se famoso – há cerca de 40 anos – quando Palito começou a ajudar os peregrinos que passavam perto de sua casa.

Ele percebeu que os peregrinos que passavam por ali levavam cajados de tamanho inadequado e que não sabiam usá-los. Decidiu, então, presentear os peregrinos com cajados confeccionados por ele em madeira de avelã e ensiná-los a usar o equipamento: como caminhar com ele, medir o próprio passo, ajustar o ritmo da caminhada... Também presenteava seus convidados com conchas da Galícia, cabaças e carimbo nas Credenciais. Quando mais jovem, chegava a convida-los para comer e dormir, em nome da hospitalidade jacobina.

 

concha CREDENCIAL DO PEREGRINO

três carimbos distintos de pablito sanz

′′Eu via que os peregrinos passarem com uns paus muito ruins, recolhidos em qualquer lugar. Um dia na zona de Belate cortei umas setenta ou oitenta varas de avelaneira, que é resistente e leve, e trouxe-as para casa e comecei a distribuir", contava Pablito Sanz.

Bom de prosa, esta figura simples e ao mesmo tempo mítica, gostava de saber sobre o caminho de cada peregrino e também de contar seus causos. Ele calculou que chegou a entregar um total de aproximadamente 20.000 “palos desde que começou a distribuí-los, no início dos anos oitenta. Só no Ano Santo de Compostelano de 1993 – o primeiro de grande afluência no Caminho Francês – ele doou 900 cajados.

 

concha ANO SANTO JUBILAR COMPOSTELANO OU ANO SANTO JACOBEU

concha CAMINHO FRANCÊS DE SANTIAGO

 

As varas de Pablito ganharam fama e tornaram-se objeto de culto. Dizem que nenhum bastão moderno pode substituí-las.

Ao escolher a vara para presentear, ele sempre estava atento à que melhor se adaptava à altura, à mão, à compleição física e ao modo de andar do peregrino. Dizia: “Todo bom cajado deve ultrapassar pelo menos 20 cm da cabeça de quem o carrega. Deve-se segurar a vara na altura do ombro, permitindo dar até três passos. É bom para manter a coluna rígida. Serve para tudo... Alegra o Caminho!  Mas tem que saber segurar a vara. Em terreno plano, você tem que pegá-la na altura do ombro. Nas subidas, mais abaixo, na altura do peito. E nas descidas, mais alto, na altura da cabeça. Também é importante sincroniza-la com o caminhar”.

Poema pendurado em sua casa:

card amarelo com um poema e a silhueta de um peregrino de costas

Em 18 de setembro de 2022 Pablito Sanz Zudaire terminou seu Caminho nesta existência. Mas, parafraseando José Saramago, “o fim de um Caminho é apenas o começo de outro”.

Sua dedicação ao cuidado do peregrino tornou-o imortal! Pablito sempre será parte do Caminho de Santiago...

“La vida no es más que eso: asomarse al camino y echar una mano”

“A vida não é nada mais do que isso: debruçar-se no caminho e dar uma mão”

Pablito Sanz

Buen Camino, peregrino!

 

 

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2 thoughts on “PABLITO SANZ ZUDAIRE

  1. Silvio Luiz Scherer disse:

    Passei em Azqueta em maio de 2003, com o amigo paulista Auro Lúcio e visitamos Paulito. Nos acolheu com muito carinho e deu aula de como deve ser e o como conduzir o cajado. Ah, lógico, trocamos nossos cajados pelos que Pablito nos deu.

  2. Obrigada por seu contato, Silvio! Ah… Que maravilha! Meu primeiro Caminho foi só em 2014, quando já dependia mais da sorte ter esse contato direto. Nosso blog está aberto para receber relatos de peregrinos e se você quiser nos enviar o seu, será um prazer publicá-lo!

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